O tempo nunca parou. E nele me perdi. Como uma corrida sem fim, enfim, eu vivi.
Não olhei para os lados, sabia tudo de cor, não via o mundo além da bolha ao meu redor.
Não refleti, não descansei. Tudo despencou. Desmoronou. Mas o tempo, o tempo nunca parou.
Acordei com quase trinta. Acordei da anestesia. Perguntei: Felicidade? Respondi: Não minta!
A corrida é plural. Entrelaça vidas, enredos. Daí a complicação. Afastamentos e segredos.
No coração um sentimento: medo.

Acordei em alto mar. Na solidão: Cadê meu bote?
Nas mãos de Deus, entreguei a minha sorte.
Sem forças pra braçada ou fôlego pra nada.
Uma coisa eu sabia, estava cansada.